A chegada de Fernando Diniz ao Cruzeiro trouxe novas esperanças aos torcedores e jogadores do clube, não só pelo trabalho do treinador dentro das quatro linhas, que pode potencializar atletas, mas também pela atuação do comandante fora delas.
Diniz é conhecido por apostar no lado humano dos jogadores, como ele mesmo afirmou em diversas oportunidades, incluindo em sua entrevista coletiva de apresentação na Raposa.
— Inegociável é ter vontade de vencer, sempre, ser um time solidário e corajoso. Essas são as coisas inegociáveis, o resto tudo é negociável. Modelo de jogo, para mim, embora muitos atribuem a parte tática como a mais importante do futebol, nunca foi e nunca vai ser.
Para mim, a coisa mais importante é fazer aqueles jogadores atingirem seu melhor nível. Para isso, como na sua profissão de jornalista, a do médico ou do policial, são características humanas presentes em qualquer área — frisou o treinador.
Fernando Diniz ajudou a recuperar o futebol de vários atletas que viviam momento de baixa, como Paulo Henrique Ganso, e também potencializar jogadores que ainda não haviam alcançado seu nível máximo de exibição, mesmo que mais velhos, como Samuel Xavier.
O centroavante argentino Germán Cano foi outro a alcançar o seu auge ao lado de Fernando Diniz, já depois dos seus 34 anos.
Mas dentre todos esses casos, o mais célebre é o do atacante John Kennedy, hoje com 22 anos.
“Garoto problema” do Fluminense, Kennedy havia sido emprestado à Ferroviária, de São Paulo, após indisciplina no clube e foi “resgatado” por Diniz, que trabalhou o psicológico do jogador e o ajudou a ter uma temporada decisiva em 2023.
John Kennedy marcou diversos gols importantes, incluindo o que deu o inédito título da Copa Libertadores ao Tricolor das Laranjeiras na última temporada. Em diversas ocasiões, Diniz falou do trabalho feito junto ao atacante.
— A vida do John Kennedy ensinou ele a ser egoísta. Qual é o meu trabalho? É chegar e falar: ‘JK, eu gosto de você’. Como ele vai ser solidário se quando ele chegou ninguém no clube olhava pra ele? Se na casa dele, ele não recebia atenção? É preciso capturar o afeto do atleta para poder tirar o melhor dele.
Eu luto contra isso, eu tenho que proteger o John Kennedy o tempo que eu posso, quase o tempo todo, pra ele não se colocar no foco do sistema e destruir a carreira dele. Porque é um monte de JK, um monte que a gente perde. Toda hora — afirmou o treinador durante aula na Universidade do Futebol, em fevereiro.
Para “recuperar” Kennedy, Diniz precisou insistir no retorno do atleta ao Flu e convencer diretoria e jogadores do elenco de que o garoto poderia ajudar.
Gabriel Veron pode ser o próximo a ser recuperado por Diniz
Na mesma aula para a Universidade do Futebol, Fernando Diniz citou Gabriel Veron, atacante do Cruzeiro e hoje seu comandado, mesmo sem poder prever que seus caminhos iriam se cruzar tão brevemente.